Frustração

Cada vez acredito mais que vivemos num mundo de pessoas frustradas. Isto porque, quando olhamos à nossa volta vemos pessoas a queixarem-se de falta de tempo para fazerem as coisas. Acredito que isso possa acontecer na maioria dos casos por duas razões: as pessoas têm demasiadas atividades desnecessárias nas suas vidas ou estão a gastar o seu precioso tempo com coisas que não têm importância. Contudo, esta questão não passa de diferentes perspetivas. Para quem é que tem importância? A resposta imediata seria certamente: para nós; mas a maioria das pessoas não pensa assim. Como resultado, vemos pessoas que não conseguem desenvolver ao máximo o seu potencial e, por isso se sentem frustradas. Devemos ver esta questão da nossa perspetiva, pois afinal, ainda somos donos das nossas vidas. Ninguém gosta de se sentir frustrado. Se isso acontece, normalmente significa que algo nas nossas vidas não está bem. Por isso, da próxima vez que sentirmos frustração, devemos perguntar-nos: o que posso eu fazer em relação a isso?

Controlo

Controlo… Sim, é talvez uma palavra muito forte, mas se pensarmos bem, é também algo de que todos precisamos nas nossas vidas. Ninguém consegue viver sem ele, senão correríamos certamente o risco de cair em anarquia. No entanto, com o controlo advêm outros problemas, como o risco que corremos em nos tornarmos demasiado mecanizados. Perdemos grande parte da nossa identidade ao ponto de nos olharmos ao espelho e já não sermos verdadeiramente nós. Somos apenas uma versão esbatida de quem outrora fomos. Percebemos que trabalhamos como máquinas há demasiado tempo. Faz parte de quem nos tornámos. Muitos dizem-nos simplesmente para perdermos o controlo, mas como o podemos fazer quando já estamos formatados para pensar nele? Ensinam-nos que perder o controlo é o mesmo que enlouquecer, mas quem não precisa de um pouco de irracionalidade na sua vida? Provavelmente a designação mais apropriada às nossas necessidades seja a de autocontrolo. O excesso de controlo faz-nos perder o autocontrolo e o que seria da nossa vida sem ele…

Os desenquadrados

A sociedade ensina-nos muitas coisas. Um dos grandes ensinamentos com os quais somos impingidos é o de termos de ser bem sucedidos para contribuirmos para essa mesma sociedade. Ela ensina-nos também que temos de ser sociáveis para sermos socialmente aceites. Então, o que acontece com as pessoas pouco sociáveis? Será que elas não fazem também parte da sociedade? Gosto de pensar que sim, mas as pessoas costumam demonstrar o contrário. Vivemos num mundo dominado por pessoas carismáticas e extrovertidas. Muitos fingem, porque não querem ser excluídos, enquanto poucos são os que se conformam como realmente são. Vivem vidas frustradas e sem um propósito para além de serem quem não são. Os que não se enquadram nestes padrões geralmente não chegam a ser bem sucedidos porque não lhes é dada sequer uma oportunidade. Suponho que seja mais fácil aceitar alguém capaz de forjar dez identidades do que alguém que se mantenha fiel a si próprio ou alguém que diga dez mentiras ao invés de alguém que diga efetivamente algo de útil. A preocupação deveria ser a de explorar o potencial das pessoas e não enquadrá-las em moldes predefinidos, mas às vezes esta não é a máxima mais bem aceite pela maioria.

Nunca se esqueçam que preparamos as pessoas para o futuro e não o futuro para as pessoas…

O caminho das nossas vidas

A vida tem muitos caminhos. Poucas são as ocasiões em que os nossos caminhos vão dar diretamente ao nosso destino. Em muitas ocasiões temos de alternar as nossas rotas para chegarmos a esse mesmo destino. Pelo caminho vamos encontrando pessoas que nos ajudam na nossa caminhada e outras que fazem coisas para nos atrasar ou mesmo para nos obrigar a mudar de destino. Por vezes vamos por atalhos e em algumas ocasiões decidimos escolher o trajeto mais longo porque nos sentimos mais seguros. No entanto, nem sempre o caminho é fácil. Às vezes encontramos obstáculos. Aqueles que nos fazem procurar caminhos alternativos e novas rotas para o nosso destino. Também podemos encontrar bifurcações que nos dividem e nos obrigam a escolher um caminho. Quando descobrimos que estamos no caminho certo, olhamos orgulhosamente em frente e seguimos a nossa rota, mas se descobrirmos que não estamos no caminho certo, temos duas opções: escolhermos um novo caminho ou voltarmos atrás; mas às vezes não há mais caminhos para alterar a rota e, mesmo que voltemos atrás, podemos deparar-nos com uma parede recém construída. Resta-nos então duas novas hipóteses: seguir esse caminho (sabendo que não é o correto) rumo ao desconhecido ou, se nos sentirmos verdadeiramente corajosos, podemos sempre tentar partir a parede que nos impede de regressar.

Em qualquer das situações, somos nós que traçamos o nosso caminho…

Efeitos colaterais

Existem muitos efeitos que podem ser exercidos sobre o mundo e as pessoas. Todos eles têm influência em nós, quer direta ou indiretamente. Certos acontecimentos nas nossas vidas são de tal forma importantes que moldam as nossas personalidades. Eles são o reflexo de quem verdadeiramente somos. No entanto, os acontecimentos não surgem simplesmente por si. São derivados das pessoas da própria sociedade onde nós nos inserimos. É por isso que os conceitos de ética e moralidade são tão importantes, pois servem para evitar os efeitos colaterais dos acontecimentos do quotidiano. Tendo em conta tudo isto, podemos ainda considerar outras variáveis que não dependem diretamente de nós, contudo, elas não existem sozinhas, uma vez que são consequências das ações dos outros. Assim, temos de ter sempre em conta que qualquer que sejam as nossas ações, elas exercem influência nos outros, da mesma forma que o próprio facto de existirmos exerce influência em nós mesmos.

Aceitando o inevitável

Já há muito tempo que quero escrever este texto, contudo só agora me é possível fazê-lo. Talvez porque tenha passado demasiado tempo a perceber o porquê das coisas. Isso tem-me levado a concluir que um porquê leva a mais porquês e chegamos a um ponto em que nos encontramos perdidos. Procuramos respostas, mas na realidade o que encontramos são mais questões. Neste processo muitos nos questionam sobre o porquê de tantas perguntas e nós até somos capazes de reconhecer que estas não nos são propriamente benéficas. A preocupação é lógica, porque de facto é impossível saber tudo sobre todas as coisas. A sociedade faz questão de nos relembrar disso de muitas formas: através das pessoas que nos dizem que não somos capazes; através dos que acham que já fizemos o suficiente; ou até mesmo quando não encontramos as respostas corretas. Eventualmente acabamos por descobrir que nem todas as perguntas têm uma resposta. Aí podemos continuar o processo em busca de novas questões ou simplesmente negligenciar a nossa busca por mais respostas. No entanto, assim que nos deixamos de questionar já não somos nós mesmos, porque as nossas perguntas são o reflexo daquilo que verdadeiramente somos.

Se queres ser grande, torna-te enorme!

Já todos nós experienciámos momentos trágicos no nosso quotidiano, que nos mostraram certamente o quão injusta é a vida por vezes. Estes momentos levam a profundas alterações das nossas dinâmicas e, em situações ainda mais drásticas, da nossa vida. Por vezes chegamos mesmo a um ponto em que nos olhamos ao espelho e já nem nos reconhecemos a nós próprios… Somos apenas nós contra o mundo e ninguém nos compreende ou pode ajudar, porque os acontecimentos fazem parte do passado e nós não podemos alterá-los. Mas há algo que podemos fazer em relação a nós mesmos. Podemos olhar para a frente e traçar objetivos. Focarmo-nos nas pessoas que realmente importam, pois não somos ninguém se estivermos sozinhos. Lancemo-nos em frente para conseguirmos atingir os nossos objetivos e se precisarmos de ajuda, que isso não no impeça de os alcançar. Resta–nos apenas um opção: seguir em frente! E se quisermos ser grandes, tornemo-nos enormes!

Todos temos segredos!

Como já muito referido por mim, os nosso quotidianos são feitos em função das máscaras que usamos, pois como sabemos, nem sempre somos transparentes. O que nos esquecemos é que o insignificante ato de colocar a máscara em si esconde sempre um segredo, pois é um ato realizado em função de terceiros. Como resultado, enganamo-nos a nós próprios em função de outros. Mas a vida muitas vezes ensina-nos que esta é a única maneira de agir e, por isso resta-nos escolher as causas pelas quais vale a pena lutar, sem esquecer que o ato de colocar a máscara exclui todo um outro leque de possibilidades que naturalmente escondemos, às vezes de nós próprios. A vida é centrada em demasiadas causas, sendo que algumas são apenas supérfulas. Atrás deste artificio todo escondem-se as pessoas por trás das máscaras e com elas os segredos que lhes estão associados, pois se não os tivessem, não sentiriam necessidade de as usar. Às vezes as pessoas fazem-no apenas para agradar os outros e isso demonstra que não gostam de algo que se esconde por detrás da máscara e assim se conclui que a vida de alguém nunca será um livro aberto.

Aos olhos dos outros

Há momentos em que nos faltam as palavras (ou a coragem, dependendo de como a queiram designar). As pessoas tendem a pensar que somos loucos e avaliam-nos de forma diferente, mas não é por mal que o fazemos. Depois, quando surge a coragem, ainda nos julgam mais loucos porque não nos comportamos como seria esperado aos olhos dos outros. Contudo, ninguém percebe que nada disto está relacionado com expetativas, mas sim com aquilo que sentimos e faz sentido para nós. É por isso que quem tenta agradar toda a gente, nunca será feliz. Quase nunca somos compreendidos, mas quando isso acontece, algo de muito bom está para vir, porque isso transmite-nos confiança. Fazemos parte de um mundo de aparências e tudo não passa de um grande teatro. E é assim que se perdem muitos talentos, pela falta de improviso…

Guerras da idade da pedra

Quem não as conhece que atire a primeira pedra… Também conhecidas por discussões familiares, arrufos de namorados ou simplesmente divergência de opiniões. Tantos nomes pomposos para a mesma coisa, que mais não servem para expôr a necessidade humana de categorizar tudo e mais alguma coisa. São aqueles momentos em que a verdadeira natureza humana é exposta e se revelam as pessoas e os seus traços de personalidade. É onde se revela também a lei do mais forte que passa de geração em geração. Não é por acaso que em situações de hierarquia, geralmente as discussões ocorrem entre estratos diferentes da mesma e na maior parte dos casos vencem os superiores. E nem precisamos de hierarquizar… Basta que simplesmente exista diferença para existir divergência. Mas ao mesmo tempo, é impensável termos uma sociedade que viva sem discussões. As diferenças são necessárias! Caso contrário, quem iria discutir? Como existiria progresso sem desacordo? É por esta razão que nunca teremos paz, pois se isso acontecesse significaria que teríamos estagnado.